Antes dos memes e vídeos de gatinhos, a internet inteira cabia numa folha de papel. Era a ARPANET, precursora da nossa rede, que ganhou fama de ter sido criada como um sistema militar desenvolvido para ajudar os EUA na Guerra Fria.
Essa reputação é mais ou menos injusta – a ARPANET, de fato, foi uma criação da DARPA, a agência de pesquisa e desenvolvimento do Departamento de Defesa americano. A primeira rede era altamente exclusiva e conectava terminais individuais de universidades e centros de inteligência do governo através de um conceito inovador de sistema.
A internet começou tão exclusiva que aparece completamente irreconhecível em um mapa que veio à tona recentemente no Twitter. Datado de maio de 1973, quando a rede tinha apenas 4 anos, o mapa foi publicado por um programador do Museu de Arte Carnegie, na cidade americana de Pittsburgh, David Newsburry.
A figura foi encontrada no meio de artigos científicos que pertenciam ao pai dele, que trabalhava na Faculdade de Ciências da Computação da Universidade Carnegie Mellon quando a internet era apenas um bebê.
O mapa ajuda a contar a história da rede. Quando a ARPANET nasceu, em 1969, ela ainda não tinha uma aplicação comercial nem militar planejada. Servia para testar a transmissão de dados segundo um modelo de “sistema distribuído”.

(Universidade de Manchester)
No começo, os únicos nós eram a Universidade de Utah e três centros de pesquisa na Califórnia. Já na data do mapa, a ARPANET já tinha mais de 40 nós espalhados pelos EUA. Até o Havaí entrou na brincadeira, com uma conexão por satélite.
Meses depois do mapa ser desenhado, a internet se tornou internacional, ganhando links via satélite com a Inglaterra e a Noruega. Ela ainda estava estendendo seus galhos, mas já trocava 2,9 milhões de pacotes por dia. O problema é que cada pacote tinha, no máximo, 1.000 octetos. Cada octeto é um byte – ou seja, 1 KB. São 2,9 GB de dados sendo trocado pelo mundo inteiro em 24 horas. Hoje em dia, com uma conexão razoável (vamos dizer, uns 10 mega), você baixa um filme de 3 GB em 50 minutos.
Mas a internet só ganhou o mundo mesmo com o surgimento do protocolo HTTP, que é o que te permite digitar o endereço da Super, chegar até este nó da internet e enxergar o site ao invés de um monte de dados crus em uma tela esverdeada. Aí a rede já não era mais a Arpanet e sim a World Wide Web – e esta aí uma folha A4 não daria conta de mapear.
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Ana Carolina Leonardi
super
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